Os Carmelitas contemplam aquela que é o ideal de vida carmelita, a Virgem Maria, a quem invocamos com o doce título de Senhora do Carmo; recordando o Monte do Carmo, sítio privilegiado onde a nossa família nasceu.
Quando em 1191 Ricardo I reconquista a Terra Santa, um sem número de cristãos, esquecendo a Europa fixam-se nos Lugares Santos, sobretudo em locais de tradição bíblica. O Monte Carmelo com o seu silêncio, as suas águas vivas, o encanto da vegetação, a vista deliciosa sobre o mar, a solidão que apelava para Deus atraíram muitos desses homens para a beleza deste Monte.
Recordavam-se daquela frase do profeta Jeremias que dizia: «Levar-vos-ei ao Carmo onde saboreareis os seus deliciosos frutos». Recordavam-se do profeta Elias e da nuvenzinha pequenina e frágil que ele vira subir do mar, como símbolo de Maria. E resolveram construir uma capela em honra de Nossa Senhora que passou a ser conhecida, desde o início, como a Senhora do Carmo.
Carmo quer dizer «jardim de Deus», «vinha de Deus». Os carmelitas eram as flores do jardim cuidado e protegido por Maria, eram vinha preciosa que Maria diligente trabalhava para dar frutos apetecíveis.
No ano de 1251, já na Europa, a família do Carmo, é alvo de perseguições de várias proveniências, de dentro e fora da Igreja. S. Simão Stock, VI Geral da Ordem, reza com todos os carmelitas a Maria para que ela lhes acuda.
No dia 16 de Julho, enquanto o Geral reza a oração do Flos Carmeli, vê a Virgem que o anima e lhe promete ajuda, enquanto lhe entrega o Escapulário do Carmo, convidando todos a usá-lo para terem a sua proteção. A partir desta data a devoção à Mãe e Irmã dos carmelitas aumentou dentro e fora da Ordem.
Em Lourdes, Bernardete viu Nossa Senhora várias vezes; a última aparição foi no dia de Nossa Senhora do Carmo, 16 de Julho de 1858. Bernardete declara ter visto nesse dia a Virgem «tão bela e gloriosa como nunca».
Em Fátima, a última aparição, no dia 13 de Outubro de 1917, foi de Nossa Senhora do Carmo. A Ir. Lúcia diz que «por fim lhes apareceu Nossa Senhora do Carmo a abençoar o mundo» e imediatamente se deu o início do milagre do sol.
Muitos santos, depois da aparição de Nossa Senhora do Carmo se quiseram revestir do escapulário ou da medalha para melhor manifestarem o seu amor a Maria e assim serem por Ela protegidos: S. Cláudio de la Colombière, Santo Afonso Maria de Ligório, Santo António Maria Claret, o Santo Cura d’Ars, Santa Bernardete, S. João Bosco, S. Domingos Sávio, S. Gabriel das Dores e um inumerável número de santos. Para já não falar de todos os santos e santas carmelitas, sobretudo Santa Teresa de Jesus e S. João da Cruz que sentiam a maior glória em usar o hábito carmelita da Ordem de Nossa Senhora do Carmo.
Também os papas manifestaram o seu amor ao Escapulário do Carmo. João XXII, no séc. XIV promoveu esta devoção. Nos nossos dias, Leão XIII, Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II têm manifestado entusiasticamente o seu amor pelo Escapulário e pela devoção a Nossa Senhora do Carmo.
Também os nossos reis, sobretudo os da IV Dinastia, de quem há documentação, usaram o Escapulário e amavam Nossa Senhora do Carmo, a quem tinham muita devoção.