Deus é admirável em seus santos! Sim! No século passado e início do séc.
XXI, nosso Senhor suscitou uma bela alma para relembrar à Igreja e ao mundo a
devoção às almas do Purgatório, já bastante esquecida por muitos padres e
leigos.
O purgatório é uma realidade terrível, não uma lenda ou "conto da
carochinha". É um dogma de fé católico que trás em si uma dura realidade
que jamais pode ser esquecida por nós.
Nesta publicação trago ao conhecimento dos leitores do blog a Sra. Maria
Simma, uma camponesa e depois empregada doméstica à qual as benditas almas do
purgatório, por vontade divina, apareciam para revelar-lhe como era o
purgatório e que era possível fazer para aliviar-lhes os sofrimentos.
Maria Simma: notas biográficas.
Alguns breves tratos dados ao seu bispo, Dom Franz Tschann, auxiliar de
Feidkirch (+1935) pelo P. Alfonso Matt sacerdote da Vidente.
Maria Ágata Simma, nasceu no dia 5 de fevereiro de 1915 em Sonntag
(Vorarlberg). Sonntag está situado no extremo de Grosswalsertal, a cerca de 30
km a este de Feldkirch, na Áustria. O pai de Maria Simma, José Antônio, era
filho do proprietário da pensão do Leão (Lówe), que se chamava também José
Antônio e de sua esposa Anna Pfisterer di Sonntag.
Por muitos anos trabalhou como porteiro, depois como camponês do seu
irmão Johann Simma, agricultor de Bregenz, onde conheceu Aloisa Rinderer, filha
de um funcionário da ferrovia que Johann criou como se fosse sua filha. José
Antônio se casou com Aloisa mesmo que entre eles houvesse uma diferença de 18
anos de idade.
Foram morar nos arredores de Sonntag. Durante a primeira guerra mundial
trabalhou como carteiro, depois como lixeiro e camponês, depois se aposentou.
Com a sua esposa e os seus oito filhos foi morar em uma velha casa que lhe foi
dada em testamento da um bom velho, Franz Bickel, mestre marceneiro.
Devido à grande pobreza da família, os filhos, ainda muito jovens,
tiveram que ir trabalhar para ajudar no sustento da família: os rapazes como
operários e as moças comobaby sitters (cuidadoras de crianças).
Maria Simma foi, desde a juventude, muito pia e frequentou assiduamente os
cursos de instrução religiosa dados pelo seu sacerdote, Padre Karl Fritz.
Depois da escola primária partiu para a Svevia, mais tarde para Hard, Nenzing e
Lauterach. Queria ser freira, mas em três vezes se viu mandada a casa por causa
da sua constituição frágil.
O seu enxoval para o convento o tinha uma parte já mendigado e parte o
tinha ganhado sozinha. Por três anos ficou ao serviço em Feldkirch, na casa de
S. José. Depois que foi embora de Gaissau ficou em casa com seu pai e tomou
conta da igreja. Com a morte do pai em 1947, viveu sozinha. Para poder se
sustentar se ocupava de jardinagem. Vive de pobreza e vem ajudada por pessoas
caridosas.
A sua permanência por três vezes no convento, a formarão e a fizeram
progredir espiritualmente, preparando-a assim ao seu apostolado em favor das
almas do purgatório. A sua vida espiritual é caracterizada pelo amor
filial para com a Santíssima Virgem e do desejo de socorrer as
almas do purgatório, mas, também de ajudar com todos os meios as
Missões católicas.
Ela fez um voto a Nossa Senhora doando a sua virgindade e fez a
consagração à Virgem Maria conforme o método de São Luís Maria Grignon de
Montfort, em favor, sobretudo, dos defuntos, e se ofereceu a Deus, fazendo-lhe
o voto como "vítima" de amor e de expiação.
Maria Simma encontrou a vocação que Deus designou a ela: ajudar
as almas do purgatório com a oração, o sofrimento expiatório e o apostolado.
Na época do nazismo ajudou a preparar as crianças à confissão e ao catecismo da
primeira comunhão, dando a eles uma instrução religiosa complementar e
demonstrando, nesta missão, um verdadeiro talento e uma grande destreza.
Passou toda a sua vida a serviço das pobres almas sofredoras que , a
partir da década de 50, frequentemente apareciam-lhe suplicando por sufrágios.
Tudo oferecia ao Senhor e a Nossa Senhora por elas: as Santa Missa cotidiana, a
oração do Rosário mariano, a cruz do dia a dia, as contrariedades, tribulações,
penitências, jejuns, a conformidade com a vontade de Deus, levando uma vida
muito simples e escondida da “fama” do mundo.
Faleceu em odor de santidade em 2004, aos 89 anos de idade. Seu processo
de beatificação já teve início.
Abaixo trago suas principais orientações em relação ao sufrágio das
Almas do Purgatório:
A VISÃO DO PURGATÓRIO
“‘O purgatório está em muitos lugares’, respondeu uma vez Maria
Simma. ‘As almas não vêm do purgatório, mas vêm com o purgatório’.
Maria Simma viu o purgatório de diferentes maneiras. Há enormes multidões de
almas no purgatório. É um contínuo vaivém. Uma vez viu um grande número de
almas, completamente desconhecidas. As que haviam pecado contra a fé traziam
uma chama escura sobre o coração, outras, que haviam pecado por impureza,
traziam uma chama vermelha.
Depois viu também as almas em grupos: padres, religiosos, religiosas,
viu católicos, protestantes e pagãos. As almas dos católicos devem sofrer mais
que as dos protestantes. Os pagãos, em compensação, têm um purgatório ainda
mais leve, mas recebem menos ajuda e a sua pena dura mais tempo. Os católicos
recebem mais ajuda e salvam-se muito mais depressa.
Viu ainda muitos religiosos e religiosas, condenados ao purgatório por
sua tibieza e falta de amor. Até crianças de apenas seis anos podem precisar
sofrer muito tempo no purgatório.
A maravilhosa harmonia existente entre o amor e a justiça de Deus no
purgatório foi revelada a Maria Simma. Cada alma é castigada segundo a natureza
de suas faltas e o grau de apego com que cometeu o pecado.
A intensidade do sofrimento não é a mesma para cada alma. Algumas devem
sofrer como se sofre numa vida difícil sobre a terra e devem esperar para
chegar à contemplação de Deus. Um dia de purgatório pesado é mais terrível que
10 anos de purgatório leve. A duração das penas é bem variável. Há ainda almas
que devem sofrer duramente até o Juízo Final. Outras têm apenas meia hora para
sofrer ou ainda bem menos; a bem dizer, atravessam voando o purgatório.
O demônio pode torturar almas do purgatório, principalmente as que foram
causa da condenação de outras. As almas do purgatório sofrem com admirável
paciência e louvam a misericórdia de Deus, graças à qual escaparam do inferno.
Sabem que mereceram sofrer e se arrependem de seus pecados. Imploram Maria, a
Mãe de Misericórdia. Maria Simma viu também muitas almas que esperavam o
socorro da Mãe de Deus. Quem acha durante a vida que o purgatório não é tão mau
assim e disso se prevalece para pecar, deve pagar duramente por isso.
COMO PODEMOS AJUDAR AS ALMAS DO PURGATÓRIO?
1. Principalmente pelo Santo Sacrifício da Missa, que é
insubstituível.
2. Pelos sofrimentos expiatórios: todo sofrimento físico ou
moral oferecido para as almas, traz grande alívio.
3. O Rosário (parcial ou completo) é, depois da missa,
o meio mais eficaz de ajudar as almas. Através do rosário são libertadas
diariamente numerosas almas que, sem essa ajuda, deveriam sofrer muitos anos
ainda.
4. A Via Sacra também pode lhes trazer grande
reconforto.
5. De inestimável valia são as Indulgências, dizem as almas.
São elas uma apropriação da expiação oferecida por Jesus a Deus, seu
Pai. Todo aquele que, durante a vida, ganha muitas indulgências para os mortos,
receberá também mais do que os outros na sua última hora; pois receberá a graça
de ganhar inteiramente a indulgência plenária. Não tirar proveito desses
tesouros da Igreja para as almas do purgatório é uma crueldade. Vejamos! Se
você se encontrasse diante de uma montanha de moedas de ouro, com a possibilidade
de pegar quantas quisesse para ajudar um pobre infeliz, incapaz, por si mesmo,
de pegá-las, não seria cruel você recusar o trabalho de estender a mão para
fazê-lo? Em muitos lugares, diminuem ano a ano o uso das orações
indulgenciadas. Os fieis deviam ser exortados a fazê-las com frequência.
6. As esmolas e as boas obras, principalmente as doações para as
Missões, ajudam as almas do purgatório.
7. Acender velas ajudam-nas também, primeiro por ser um
ato de atenção e amor para com elas; depois, porque se são bentas, as velas
iluminam a escuridão em que se encontram as almas.
Uma criança de 11 anos, da família Kaiser, pediu orações a Maria Simma.
Estava no purgatório por ter, no Dia de Finados, apagado as velas sobre os
túmulos e roubado a cera para brincar. Velas bentas têm muito valor para as
almas. No dia de Nossa Senhora das Cadeias, Maria Simma teve que acender duas
velas por uma alma enquanto suportava por ela sofrimentos expiatórios.
8. A aspersão de água benta também alivia os
sofrimentos dos mortos. Certa vez, aspergindo água benta para as almas ao sair
de casa, Maria Simma ouviu uma voz dizer-lhe: ‘Mais!’.
Todos esses meios de consolação não ajudam as almas na mesma proporção.
Se alguém em vida deu pouco valor à santa missa, também quando estiver no
purgatório a missa lhe será de pouco proveito. Quem durante a vida teve o
coração insensível, recebe pouca ajuda. Duramente devem expiar também aqueles
que pecaram por difamação. No entanto, quem teve um bom coração durante a vida,
recebe muita ajuda. Uma alma que havia negligenciado sua frequência às missas
pôde pedir oito missas para alívio de seu sofrimento porque, durante sua vida,
havia mandado celebrar oito missas por uma alma do purgatório.
MARIA E AS ALMAS DO PURGATÓRIO
Maria é, para as almas do purgatório, a Mãe de Misericórdia.
Quando Seu nome ressoa no purgatório, as almas experimentam grande
alegria. Uma alma disse que, ao morrer, Maria pediu a Jesus a libertação de
todas as almas que se encontravam então no purgatório. Jesus atendeu esse
pedido de sua Mãe e, no dia da Assunção, essas almas acompanharam Maria ao céu,
por ter sido Ela, nessa ocasião, coroada Mãe de Misericórdia e Mãe da Divina
Graça. No purgatório, Maria distribui as graças de acordo com a vontade de
Deus; passa frequentemente pelo purgatório. Isso foi o que viu Maria Simma.
AS ALMAS DO PURGATÓRIO E OS AGONIZANTES
Na noite de Todos os Santos uma alma lhe disse: ‘Hoje, dia de Todos os
Santos, vão morrer, no Vorarlberg, duas pessoas que estão em grande perigo de
se perderem para a eternidade. Só poderão ser salvas se rezarmos por elas com
insistência’. Maria Simma rezou, sendo ajudada ainda por outras pessoas. Na
noite seguinte, uma alma veio dizer-lhe que as duas tinham escapado do inferno
e chegado ao purgatório. Um dos dois doentes deixou-se ainda administrar no
último momento; o outro recusou a unção dos enfermos. As almas do purgatório
dizem que muita gente vai para o inferno porque pouco rezamos por elas.
Deveríamos rezar de manhã e à noite a seguinte oração indulgenciada:
Jesus, Tu que amas de um amor tão ardente as almas, peço-te e
conjuro-te, pela agonia de teu Sacratíssimo Coração e pelas dores de tua
Santíssima Mãe, lava, em teu sangue, os pecadores do mundo inteiro que se
encontram agora em agonia e que vão morrer nesta noite ainda.
Divino Coração de Jesus, que sofreste a agonia, tem misericórdia dos
agonizantes. Amém.
Maria Simma viu uma vez muitas almas sobre a balança entre o inferno e o
purgatório.”.
Fonte: “Maria Simma, Segredos revelados pelas almas do Purgatório”,
Associação Maria Porta do Céu.
Fonte: Santos e Beatos Católicos