QUITO, 07 Jul. 15 / 02:05 pm (ACI).- Na saudação preparada pelo Papa Francisco, divulgada, mas não pronunciada na noite de ontem na Catedral de Quito, o Santo Padre recordou o exemplo de três mulheres equatorianas, santas cujo exemplo encoraja a fé dos seus compatriotas.
O Pontífice falou de Santa Narcisa de Jesus, Santa Mariana de Jesus e da Beata Mercedes Molina. Quem foi cada uma destas mulheres?
1 - Narcisa de Jesus Martillo Morán nasceu em 1832 em Daule, Equador. Foi a sexta filhas, entre nove irmãos. Em 1838, sua mãe faleceu. Com a ajuda de uma professora particular e da sua irmã mais velha, ela aprendeu a ler, posteriormente a escrever, cantar, tocar violão, costurar, arte a qual aprendeu com verdadeiro domínio, tecer, bordar e cozinhar.
Foi crismada com apenas sete anos de idade, no dia 16 de setembro de 1839. Costumava retirar-se a uma fazenda próxima a sua casa para rezar. Atualmente, a árvore de goiaba junto a qual rezava é muito conhecida pelos peregrinos. Tinha como modelo Santa Mariana de Jesus.
Em janeiro de 1852, faleceu seu pai. Narcisita era bonita e tinha 19 anos. Ela foi morar em Guayaquil e se hospedou com uma família muito conhecida que morava do lado da catedral. Ali permaneceu até 1868, a exceção de alguns meses que morou em Cuenca.
Em junho de 1868, mudou-se para Lima, no Peru, e viveu como secular no convento dominicano do Patrocínio. Foi favorecida pelo Senhor com dons extraordinários.
Morreu no dia 8 de dezembro de 1869, aos 37 anos de idade. Logo souberam que ela tinha feito voto privado de virgindade perpétua, pobreza, obediência, clausura, jejum de pão e água, comunhão diária, confissão, mortificação e oração.
Os médicos ficaram surpreendidos de que tivesse vivido com tão pouco alimento.
2 - Mariana de Jesus Paredes e Flores nasceu em Quito (Equador) em 1618. Ficou órfã de pai e mãe aos quatro anos e foi cuidada pela sua irmã casada.
Tinha dons musicais, gostava de costurar, lavrar, tecer e bordar. Além disso, costumava retirar-se em oração em algum rincão da casa e fazer penitência.
Depois da sua Primeira Comunhão, fez voto de perpétua castidade, logo de pobreza e obediência. Posteriormente, com a orientação de seus diretores espirituais, compreendeu que Deus não a queria em um monastério.
Arrumou um espaço fechado em sua casa onde orava, seguindo um horário semanal de penitências e jejum, nas manhãs saia sozinha à igreja. Deste modo, tinha uma vida austera desde a sua adolescência.
Seu apostolado era através da oração pelo próximo, pessoas que, aconselhadas por ela, conseguiam ficar em paz quando brigavam, e a conversão de muitos pecadores. Logo, mediante o conselho de seus confessores, entrou nas terciárias de São Francisco de Assis.
Uma vez, quando ficou doente, lhe tiraram sangue e este foi depositado em uma tigela na qual floresceu uma bela açucena.
Uma terrível epidemia também estava causando a morte de centenas de pessoas. Santa Mariana ofereceu sua vida e suas dores para que esta epidemia se detivera e desde aquele dia já não morreram mais pessoas com esta doença. Por isso, o Congresso do Equador lhe outorgou em 1946 o título de “Heroína da Pátria”.
Morreu no dia 26 de maio de 1645 e durante seu enterro a acompanharam uma grande quantidade de fiéis. Foi canonizada pelo Papa Pio XII em 1950.
Sua imagem, feita pelo artista equatoriano Mario Tapia, está na fachada lateral da Basílica de São Pedro e foi abençoada por Bento XVI em outubro de 2005.
3 - A Beata Mercedes Molina, conhecida também por “Rosa de Guayas”, foi uma mulher equatoriana que viveu a castidade, atendia as pessoas necessitadas e teve um impulso missionário que a levou a fundar o primeiro instituto de educação para mulheres.
Nasceu no dia 20 de fevereiro de 1828, em Baba, localizado na província de Los Rios (Guayaquil), dentro de uma família com boas condições econômicas.
Seu pai morreu quando tinha dois anos, deixando sua mãe encarregada dos seus irmãos. Ela lhes ensinou a viver a caridade com o próximo, a serem justos e fortes. Desde sua infância, Mercedes era uma menina bela e virtuosa.
Em 1841, faleceu sua mãe e ficou encarregada dos seus dois irmãos. Em 1849, renunciou a casar-se e repartiu sua grande herança entre os necessitados. A Beata se dedicou a realizar obras de caridade, como por exemplo o serviço num orfanato.
No dia 14 de abril de 1873, fundou o Instituto “Hermanas de Mariana de Jesus”, o primeiro instituto religioso no país. Ela é considerada a pioneira na educação da mulher, porque nessa época a educação estava dirigida somente aos homens.
A Beata realizou diversos jejuns e mortificações. Durante toda sua vida foi exemplo de amor ao próximo e de sacrifício. Faleceu no dia 12 de junho de 1883.
Foi beatificada por São João Paulo II em fevereiro de 1985. Seus restos estão na região de Riobamba, na mesma casa onde fundou a Congregação das Marianitas.
Fonte: Acidigital