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Title: O inocente menino e a Assunção de Nossa Senhora
Author: Já É!
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Tivemos há pouco a festa da Assunção de Nossa Senhora aos céus. Poucas pessoas sabem que a promulgação desse dogma por Pio XII se deveu em a...
Tivemos há pouco a festa da Assunção de Nossa Senhora aos céus. Poucas pessoas sabem que a promulgação desse dogma por Pio XII se deveu em alguma medida a uma revelação da Mãe de Deus a um menino francês de apenas cinco anos.
A história de Gilles Bouhours é praticamente sem similar nos anais da mística. Com apenas dois anos e meio começou a ter visões de Nossa Senhora, o que continuou com uma frequência impressionante até 1958, dois anos antes de sua prematura morte em 1960.
Gilles nasceu no dia 27 de novembro de 1944 em Bergérac [foto abaixo], cidade que se tornou mundialmente conhecida pela peça Cyrano de Bergérac, de Edmond Rostand. Era o terceiro dos cinco filhos de Gabriel Bouhours, piedoso encanador ferrageiro, e de Madalena Cordilleau. Com muita dificuldade para conseguir sustentar a família, os Bouhours foram obrigados pelas viscissitudes a mudar-se várias vezes de cidade, até que, em 1953, fixaram-se de vez em Seilhan, no Haute Garonne francês.
Aos nove meses de idade, Gilles foi atacado de uma meningite encefálica grave. Diante da complexidade de seu estado, o médico que o atendeu recorreu aos seus colegas de Bordeaux. Todos foram unânimes em afirmar que só a oração podia salvar o menino. A doença durou cerca de dez dias, findos os quais desapareceu milagrosamente pela intercessão de Santa Teresinha.
Algumas das aparições
O pequeno Gilles era uma criança normal, brincalhona, mas em algumas horas muito recolhida. Quando tinha pouco mais de dois anos e meio, no dia 30 de setembro do ano de 1947, morando com os pais em Arcachon, teve a primeira aparição de Nossa Senhora, na presença de seus pais. Depois disso Ela começou a lhe aparecer com freqüência.
No dia 2 de outubro desse mesmo ano, Ela apareceu chorando lágrimas de sangue. Impressionado, Gilles pediu um lenço ao pai para enxugar-lhe as lágrimas, dizendo: “A Santa Virgem sangra”. Dirigiu-se então, em sua linguagem infantil, à Mãe de Deus: “A Senhora fez dodói? Não chore, porque o papai e a mamãe estão aqui”.
Numa outra aparição a Santíssima Virgem pede a Gilles que vá à cidade de Espis, onde estaria aparecendo a umas crianças. O menino comunica ao pai. Como este nunca tinha ouvido falar dessa cidade, pede ao filho que pergunte a Nossa Senhora onde fica. A Mãe de Deus responde laconicamente: “Fica perto de Moissac”. É em Espis que se dará a maior parte das aparições da Virgem ao menino.
Em algumas aparições Gilles, ainda com quatro anos, vê São Miguel Arcanjo em luta com o demônio. Assim, no dia 15 de agosto de 1948, ele comunicou ao pai: “Eu vejo como um monte de terra e, em cima, uma enorme besta, como um lagarto com grande cauda e grandes patas. Mais longe vejo um senhor com penas nas costas [asas]”. Em setembro do mesmo ano, Gilles diz que a aparição que estava tendo terminou logo, porque estava presente uma pessoa muito má. Alguém propõe então que se reze o exorcismo, durante o qual o menino vê São Miguel aplastrando o demônio. No fim do combate, a Santíssima Virgem reaparece. Em outras aparições ele verá São José, Santa Teresinha e Santa Bernardete.
Ligação com Fátima e milagres
Em suas aparições, Nossa Senhora recomenda a Gilles que passe a rezar a Oração ensinada pelo Anjo de Portugal aos três pastorinhos de Fátima pela conversão dos pecadores: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e Vos amo. Peço perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam, e não vos amam”. Outra coincidência com Fátima é que Nossa Senhora normalmente aparecia a Gilles nos dias 13 de cada mês.
Nossa Senhora recomenda ainda a esse menino privilegiado que cante frequentemente, com os braços em cruz, a melodia “Parce Domine populo tuo” (“Poupai Senhor vosso povo”), ensinando Ela própria a fazê-lo.
Aos poucos começam a aparecer peregrinos em Espis, e no dia 13 de maio de 1948 há duas curas consideradas milagrosas. Primeiro a de uma mulher de Bordeaux, mãe de quatro filhos, que tem uma infecção nos pulmões, dificuldade de respirar e febre altíssima. Rezando em Espis nesse dia, contra todas as perspectivas, ela começa a respirar normalmente, a febre desaparece, e ela pode voltar à sua cidade inteiramente sã. Outra pessoa é curada de uma doença nos olhos, partindo de Espis enxergando com toda nitidez.
Mensagem ao Papa
No dia 10 de fevereiro de 1949, não tendo ainda completado cinco anos, Gilles pergunta ao pai: “Papai, quem é que substitui o Menino Jesus na terra?” O pai responde que é o Papa. O filho então lhe diz: “Ah! Sim, é o Papa. É necessário que eu vá ver o Papa”, que, na época, era Pio XII. Pouco depois, no dia 13 de março, Nossa Senhora lhe dá outra mensagem para ele transmitir ao Sumo Pontífice quando Ela lhe avisar. Não sabemos quando a Mãe de Deus deu as primeiras mensagens.
É preciso notar que, de acordo com as testemunhas, Gilles, apesar da tenra idade, participou de maneira notável das festas pascais de 1949. Nesse dia lhe pediram que mostrasse como a aparição abençoava a multidão. Levantando a mãozinha com “rara majestade”, ele fez um longo e magnífico Sinal da Cruz, e acrescentou: “Não é difícil fazê-lo, porque a Santa Virgem me guia a mão”.
No dia 12 de junho desse ano, por uma permissão especial, uma vez que não tinha ainda completado cinco anos, Gilles fez sua Primeira Comunhão. No dia 13 de novembro Nossa Senhora lhe diz que chegou a hora de ele ir a Roma transmitir suas mensagens ao Papa.
Primeira viagem a Roma
Como é fácil de compreender, o pai não levou a sério o pedido de um menino com pouco mais de cinco anos. Gilles, entretanto, continuou insistindo que tinha que ver o Papa. E como pai acreditava que ele via Nossa Senhora, resolveu atendê-lo. A mãe quis saber o que é que ele tinha a dizer a Pio XII, ao que ele respondeu: “Mamãe, a mensagem é para ele, e não para a senhora”. O pai então lhe perguntou: “E você sabe quem é o Papa?”. Gilles lhe respondeu: “O Papa é o Papa, e eu tenho que lhe transmitir uma mensagem da Virgem”.
O que sucedia na casa dos Bouhours foi logo comentado entre os vizinhos. Estes, que viam em Gilles um menino excepcional, julgaram que ele dizia a verdade. Por isso, se cotizaram para pagar a viagem de pai e filho à Cidade Eterna, a qual se realizou no final de 1949.
O Sr. Bouhours e Gilles chegaram a Roma numa terça-feira, e obtiveram hospedagem num colégio de religiosas francesas, sem que praticamente ninguém soubesse de sua chegada. Sucedeu então uma coisa imprevisível: no dia seguinte, um emissário do Papa procurou no colégio uma criança da região de Lourdes, com um recado do Papa. O Sr. Bouhours caiu das nuvens: “Como é que o Papa ficou sabendo de sua chegada?” Ele apresentou-se com o filho ao emissário, que lhes disse que na manhã seguinte, dia 10, o Sumo Pontífice os receberia em audiência! Tudo acontecia da maneira mais extraordinária e imprevista.
Chegando ao Vaticano, os visitantes foram introduzidos na grande sala de audiência, que já estava repleta. Quando Pio XII entrou, deu uma bênção geral. Depois foi de grupo em grupo e, chegando onde estava Gilles, uma senhorita francesa que o tinha acompanhado, apresenta-o ao Papa. Este se inclinou para Gilles e lhe deu o anel para beijar, dizendo-lhe algumas palavras amáveis. Gilles então lhe diz: “Santo Padre, eu vejo a Santíssima Virgem. Ela é bela, toda de branco, e me deu alguns segredos que não devo dizer senão a vós!” O Papa lhe diz: “Tu tens segredos, meu pequeno… tu tens segredos”. Trocam então algumas palavras, depois do que o Pontífice lhe diz: “Eu te dou minha bênção, todas as minhas bênçãos”. Depois se volta para o Sr. Bouhours, que lhe resume as aparições de Nossa Senhora ao filho. O Papa então dá uma medalha a Gilles, que fica contente, mas logo se entristece, vendo-o afastar-se sem que tivesse tido tempo de ouvir as mensagens…
Segunda viagem a Roma
No dia 16 de abril de 1950, durante a aparição de Nossa Senhora em Espis, por recomendação do pai, Gilles pergunta à Santíssima Virgem quando é que deveria retornar a Roma para falar com o Papa. Nossa Senhora lhe responde taxativamente: “Quarta-feira”. O Sr. Bouhours então diz ao filho: “Mas não temos dinheiro suficiente para a viagem. Pergunte à Virgem como fazer”. A resposta é: “Com os tostões que teu pai tem em casa”. Diante dessa resposta o pai resolveu partir, confiando que Nossa Senhora proveria.
Pai e filho se hospedam no mesmo convento de religiosas, onde ficarão gratuitamente durante os onze dias de sua presença em Roma. Depois de várias tratativas, no dia 30 de abril o Sr. Bouhours recebe um telefonema do Vaticano, dizendo que o Santo Padre receberia Gilles sozinho, no dia seguinte, 1º de maio, às 11 horas.
Como da vez anterior, o Sr. Bouhours e Gilles são recebidos na grande sala de audiência, onde vários grupos aguardavam para ver o Santo Padre. Após serem abençoados e se retirarem, chegou o momento de o Sr. Bouhours e seu filho serem introduzidos — segundo consta pelo próprio Monsenhor Montini, futuro Paulo VI — à sala onde estava Pio XII. Pai e filho se põem de joelhos, o Pontífice lhes dá a bênção e o anel para oscular. Entusiasmado, Gilles bate palmas e grita: “Viva o Papa!”.
Mons. Montini diz então ao pai que ponha o filhinho de pé sobre uma cadeira, para que fique à altura do Santo Padre, e depois o convida a retirar-se da sala, de maneira a ficarem só o Papa e Gilles.
O encontro durou de 5 a 6 minutos, findo os quais o Sr. Bouhours foi reintroduzido na sala. Ele deu a Pio XII uma foto tipo cartão-postal, representando a imagem da Santíssima Virgem como Gilles A vê em Espis. O Papa rebeceu-a com alegria, e guardou-a consigo. Depois lhes deu a bênção e se despediu, dizendo: “Que Deus vos abençoe”. Após transmitir as mensagens ao Santo Padre, Gilles, de joelhos e com os braços em cruz, canta para ele o “Parce Domine” pela conversão dos pecadores, como Nossa Senhora lhe havia ensinado.
O pequeno Gilles, conforme disse depois a um prelado, comunicou ao Papa que “A Santa Virgem não está morta. Ela subiu ao céu com corpo e alma”. E que Ela lhe aparecia cada mês, no dia 13, no bosque de Espis.
Importa notar que, segundo assessores do Pontífice, este havia pedido um “sinal” para confirmar se deveria proclamar o dogma da Assunção de Nossa Senhora aos Céus durante o Ano Santo de 1950. Depois dessa audiência, circulou em certos meios do Vaticano que a revelação que lhe fora feita pelo menino francês teria sido considerada por Pio XII como o “sinal” que ele havia pedido. O que o levou a decidir proclamar esse dogma alguns meses depois, no dia de Todos os Santos de 1950.
Exames médicos confirmam que Gilles é um menino perfeitamente normal
De volta à França, no dia 15 de agosto Nossa Senhora pede a Gilles que reze com todos os presentes. No fim das preces, também por recomendação da Virgem, o menino puxou quatro vezes as invocações ao Imaculado Coração de Maria e ao Sacratíssimo Coração de Jesus.
O bispo de Montauban, Dom Louis de Courreges, estava surpreso com a freqüência das aparições, mas edificado com a total obediência de Gilles, assim como com as recomendações da aparição prescrevendo que se obedecesse às suas decisões. Por isso pediu ao Sr. Bouhours que mandasse examinar o filho por médicos idôneos, para poder seguir uma linha de conduta aconselhada pela Igreja. Os exames foram feitos por dois conspícuos profissionais, os quais concluíram que Gilles era absolutamente normal, e que sua saúde, tanto física quanto psíquica, nada tinha que causasse preocupação.
Enfim, o espaço não permite relatar outras numerosas aparições da Santíssima Virgem a esse filho dileto, geralmente nos dias 13 de cada mês. Citemos apenas que, na aparição de 13 de novembro de 1956, Gilles Lhe perguntou: “Santíssima Virgem: é verdade que vós dissestes ‘o braço de meu Filho está tão pesado, que Eu não o posso suportar’?” Nossa Senhora ficou muito triste e respondeu: “Sim, Gilles, mas…”, depois do que tornou a sorrir. O que teria dito nessas reticências?
A última aparição registrada foi no dia 15 de agosto de 1958, quando Gilles tinha 14 anos. Havia já certo tempo que ele não via a Santíssima Virgem. Durante a oração da noite em família, ele começou a chorar, e pediu ao pai que rezasse para que visse de novo a Virgem, dizendo: “Eu A sinto aqui, mas não A vejo!” Após todos rezarem nessa intenção, Nossa Senhora, muito maternal e sorridente, aparece brevemente a Gilles, deixando-o muito feliz.
Traços de sua personalidade
Segundo seu irmão, “Gilles se dava bem tanto com seus irmãos como com seus colegas de escola. Ele era agradável, serviçal e cheio de atenção. Estava sempre disposto a qualquer sacrifício, grande ou pequeno, para agradar à Santíssima Virgem e ao Menino Jesus. Privava-se de boa vontade de doces e ajudava em casa, mesmo quando preferia brincar conosco”. Assim, “Gilles era sempre um exemplo a ser seguido, tanto no campo espiritual quanto na vida de cada dia. Ele oferecia à Santíssima Virgem todos seus sofrimentos, principalmente no inverno, quando tinha as mãos e os pés deformados por efeito do frio, e jamais se lamentava”.
Sua devoção a Jesus Sacramentado era extraordinária. Desde a mais tenra infância, manifestou o desejo de ser sacerdote e missionário, a fim de poder “fazer Jesus descer na hóstia” e para salvar almas. Depois que fez a Primeira Comunhão, em junho de 1949, seu desejo de receber a Sagrada Eucaristia tornou-se insaciável. Nada o impedia de ir comungar, nem o frio do rigoroso inverno, nem o calor do verão, nem as chuvas.
Não é, portanto, de admirar que desde pequeno sua maior distração fosse “celebrar” missas num altar improvisado em um compartimento de sua casa [foto]. Sua mãe havia confeccionado pequenos paramentos litúrgicos e ele rezava todas as orações da Missa, menos o cânon. Inclusive fazia sermão, com profundidade e fervor, nunca cometendo erro algum, para as pessoas que presenciavam suas cerimônias.
Para se aquilatar a maturidade desse pequeno gigante na fé, transcrevemos o trecho de um sermão que ele pronunciou no dia 13 de setembro de 1952, com oito anos incompletos. Imitando o modo que ouvia o sacerdote pregar na Missa, ele disse:“Hoje vamos falar da Paixão de Jesus. Estava no Jardim das Oliveiras com três dos seus Apóstolos. Sabia muito bem que havia um que O ia atraiçoar e que se acercava d’Ele com má intenção. Era em plena noite, e Jesus encontrava-se sob o peso dos pecados dos homens. E orava a seu Pai, dizendo: Que este cálice… Então, dirigindo-se aos seus Apóstolos, que dormiam, disse-lhes: ‘Não podeis velar uma hora comigo? Vigiai e orai, porque vão entregar o Filho do Homem’”.
O prêmio da glória
Não temos mais detalhes de como transcorreu a adolescência de Gilles, a não ser em seus últimos dias. Em 24 de fevereiro de 1960, quando tinha 15 anos, foi repentinamente atacado por um misterioso torpor que nenhum médico conseguiu diagnosticar. Permaneceu nesse estado durante 48 horas e, devido à sua extrema gravidade, pediu para receber os últimos Sacramentos. Aos que estavam em redor de seu leito de agonizante, ele disse: “Vou morrer. Mas não choreis. Estou bem e contente”. Juntou então as mãos e rezou: “Meu Deus, peço-vos perdão de todos os meus pecados”. E começou a recitar o Ato de contrição: “Senhor meu, Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro…”.
Gilles entregou sua puríssima alma ao Criador, nos braços de sua Mãe Santíssima, no dia 26 de fevereiro. Seu irmão conta que, nesse momento, um bando de passarinhos veio cantar na janela do aposento onde estava seu cadáver, o tempo suficiente para que as pessoas presentes notassem o fato.
Depois de sua morte, foram inúmeros testemunhos de graças recebidas por seu intermédio, principalmente muitas conversões.
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