SANTA VERÓNICA DE BINASCOR

Religiosa agostiniana ,Mística .

Reflexão: Quando Verônica foi instada a aceitar alguma isenção de seus trabalhos, ela respondeu: "Devo trabalhar enquanto posso, enquanto tenho tempo." Ousamos, então, desperdiçar o nosso?

Verónica foi e ainda é a própria imagem da humildade e dedicação a Deus e ao próximo. Nasceu na cidade de Binasco, em Milão, Itália no ano de 1445, era filha de lavradores pobres e muito religiosos. Assim, durante toda a infância e a juventude Verónica alimentou o sonho de entrar para um convento.

Ao completar vinte e dois anos, ingressou no Convento Agostiniano de Santa Marta, da sua cidade. Mesmo não sendo alfabetizada foi admitida, como irmã laica, trabalhando nos serviços mais humildes.

Como não sabia letras, ela começou a ficar ansiosa com o que aprendera e se levantava secretamente à noite para aprender a ler sozinha.

Nossa Senhora disse a ela que outras coisas eram necessárias, mas não isso. Ela mostrou a Veronica três cartas místicas, que a ensinariam mais do que livros. O primeiro significava pureza de intenção; a segunda, aversão a murmuração ou crítica; a terceira, a meditação diária da Paixão. Pelo primeiro ela aprendeu a começar seus deveres diários por motivos humanos, mas somente por Deus; pela segunda, para levar a cabo o que ela havia começado, cuidando de seus próprios assuntos, nunca julgando seu vizinho, mas orando por aqueles que manifestamente erraram; na terceira, ela foi capaz de esquecer suas próprias dores e tristezas nas de seu Senhor, e chorar de hora em hora, mas silenciosamente, pela memória de Seus erros. Ela tinha êxtases constantes e via em visões sucessivas toda a vida de Jesus e muitos outros mistérios. No entanto, por uma graça especial, nem seu êxtase nem suas lágrimas interromperam seus trabalhos, que terminaram apenas com a morte. Após três anos de espera paciente, ela foi recebida como irmã leiga no convento de Santa Marta de Milão.

A comunidade era extremamente pobre, e o dever de Verônica era mendigar pela cidade pela alimentação diária. Três anos depois de receber o hábito, ela foi afligida por dores físicas secretas, mas constantes, mas nunca consentiu em ser dispensada de qualquer de seus trabalhos, ou em omitir uma de suas orações. Pela obediência exata, ela se tornou uma cópia viva da regra e obedeceu com um sorriso ao menor indício de seu superior. Ela procurou até o fim as ocupações mais difíceis e humilhantes, e em seu desempenho desfrutou de alguns dos maiores favores já concedidos a um Santo.

Com a orientação das irmãs, a prática da meditação e as orações diárias, ela desenvolveu uma profunda sensibilidade que apurou seu dom de profecia e o senso de dedução. Em pouco tempo falava sobre teologia e psicologia como poucas, embora nunca tivesse estudado os temas. A intensa vida contemplativa não a impediu de viver plenamente em contacto com a comunidade, apoiando, ajudando e, principalmente, consolando os sofredores e enfermos.

Após alguns anos, à sua alma mística foram concedidas visões frequentes. Verónica inclusive, viajou para Roma, onde foi recebida com afecto paternal pelo Papa Alexandre VI, ao qual relatou uma aparição de Nossa Senhora. Os registros narram que ele a escutou com atenção, pois logo percebeu que estava na presença de uma santa.

Muitos anos antes de morrer, Verónica profetizou a sua hora com uma riqueza de detalhes que impressionava as co-irmãs. Tudo ocorreu exactamente como havia previsto, falecendo no dia 13 de janeiro de 1497, naquele convento.

Vinte anos depois, o Papa Leão X, concedeu a beatificação à irmã Verónica de Binasco, como era chamada pelos fiéis que lhe prestavam veneração em agradecimento à sua intercessão. Seu culto foi estendido à toda Ordem dos Agostinianos, em 1672, pelo Papa Clemente X, também devoto de Santa Verónica de Binasco.