São
Boaventura
“Jamais li que algum Santo não tivesse sido devoto especial da Santíssima Virgem Maria.” São Boaventura
O santo de hoje foi bispo e
reconhecido doutor da Igreja do Cristo que chamou pescadores e camponeses para
segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também homens cultos e de
ciência. São Boaventura era um destes homens de muita ciência, porém, de maior
humildade e conhecimento de Deus, por isto registrou o que vivia.
Escreve ele: “Não basta a
leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a
pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho
sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o
estudo sem a graça”.
Boaventura nasceu no centro da Itália
em 1218, e ao ficar muito doente recebeu a cura por meio de uma oração feita
por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: “Ó,
boa ventura!”. Entrou na Ordem Franciscana e, pela mortificação dos
sentidos e muita oração, exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na
santidade, a ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: “Parece que o
pecado original nele não achou lugar”.
São Boaventura, antes de se destacar
como santo bispo, já chamava – sem querer – a atenção pela sua cultura e
ciência teológica, por isso, ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de
Aquino, caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas.
Certa vez, um frei lhe perguntou se
poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo
não foi outra: “Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-Lo isso
basta… Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de
teologia”. O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como
ministro geral da Ordem Franciscana, bispo, arcebispo, até que depois de tanto
trabalhar, ganhou com 56 anos o repouso no céu.
Frei Boaventura era italiano, nasceu no ano de 1218, na cidade de Bagnoregio, em Viterbo, e foi baptizado com o nome de João de Fidanza. O pai era um médico conceituado, mas, como narraval o próprio Boaventura, foi curado de uma grave enfermidade ainda na infância por intercessão de são Francisco.
Aos vinte anos de idade, ingressou no convento franciscano, onde vestiu o hábito e tomou o nome de Boaventura dois anos depois. Estudou filosofia e teologia na Universidade de Paris, na qual, em 1253, foi designado para ser o catedrático da matéria. Também foi contemporâneo de Tomás de Aquino, outro santo e doutor da Igreja, de quem era amigo e companheiro.
Boaventura buscou a Ordem Franciscana porque, com seu intelecto privilegiado, enxergou nela uma miniatura da própria Igreja. Ambas nasceram contando somente com homens simples, pescadores e camponeses. Somente depois é que se agregaram a elas os homens de ciências e os de origem nobre. Quando frei Boaventura entrou para a Irmandade de São Francisco de Assis, ela já estava estabelecida em Paris, Oxford, Cambridge, Estrasburgo e muitas outras famosas universidades europeias.
Essa nova situação vivida pela Ordem fez com que Boaventura interviesse nas controvérsias que surgiam com as ordens seculares. Opôs-se a todos os que atacavam as ordens mendicantes, especialmente a dos franciscanos. Foi nesta defesa, como teólogo e orador, que teve sua fama projectada em todo o meio eclesiástico.
Em 1257, pela cultura, ciência e sabedoria que possuía, aliadas às virtudes cristãs, foi eleito superior-geral da Ordem pelo papa Alexandre IV. Nesse cargo, permaneceu por dezoito anos. Sua direcção foi tão exemplar que acabou sendo chamado de segundo fundador e pai dos franciscanos. Ele conseguiu manter em equilíbrio a nova geração dos frades, convivendo com os de visão mais antiga, renovando as Regras, sem alterar o espírito cunhado pelo fundador. Para tanto dosou tudo com a palavra: para uns, a tranquilizadora; para outros, a motivadora.
Alicerçado nas teses de santo Agostinho e na filosofia de Platão, escreveu onze volumes teológicos, procurando dar o fundamento racional às verdades regidas pela fé. Além disso, ele teve outros cargos e incumbências de grande dignidade. Boaventura foi nomeado cardeal pelo papa Gregório X, que, para tê-lo por perto em Roma, o fez também bispo-cardeal de Albano Laziale. Como tarefa, foi encarregado de organizar o Concílio de Lyon, em 1273.
Nesse evento, aberto em maio de 1274, seu papel foi fundamental para a reconciliação entre o clero secular e as ordens mendicantes. Mas, em seguida, frei Boaventura morreu, em 15 de julho de 1274, ali mesmo em Lyon, na França, assistido, pessoalmente, pelo papa que o queria muito bem.
Foi canonizado em 1482 e recebeu o honroso título de doutor da Igreja. A sua festa litúrgica ocorre no dia se sua passagem para a vida eterna. São Boaventura, rogai por nós!
Espanol - San Buenaventura