Recentemente eu me lembrei de uma conversa que tive com um
homem fora de uma casa de eventos em Denver há alguns anos que mudou a minha
perspectiva sobre o debate a respeito do aborto para sempre.
Meu bispo tinha acabado de dar uma palestra na casa de
eventos e o homem tinha incomodado-o com algumas perguntas. Meu bispo respondeu
com a sua confiança inabalável e alegre, e terminou seu discurso, destemido.
E minha esposa - aparentemente estava determinada a
conseguir me colocar em uma briga... ok, não exatamente assim. Ela se aproximou do homem para
dizer que ela não gostou da maneira rude com a qual ele tratou o nosso bispo. O
desordeiro tinha um olhar "morto" em seus olhos azul-claros, até
difícil de descrever.
A conversa começou sobre fé e política e eventualmente tomou
a direção do tema aborto. E terminou com a observação mais cruel que eu poderia
imaginar:
"Eu acho que
minha mãe deveria ter me abortado", disse ele. "Na situação dela, eu o teria feito."
Eu não sabia como responder. Como alguém poderia dizer isso sobre
a sua própria vida? Naquele momento eu vi de perto como e porque vivemos em
meio a uma "cultura da morte", nas palavras de S. João Paulo II.
É porque muitas pessoas não sabem por que elas estão vivas.
E elas são miseráveis. Eu não me refiro a "tristes" ou "sofridas",
mas a um tipo de miséria extrema que vem quando você não sabe o valor de sua
vida ou o porquê da sua existência.
O Evangelho revela tudo isso para nós. Ele nos mostra que a
vida tem um propósito inerente, justamente porque fomos criados por Deus, e não por acidentes cósmicos. Ele nos revela
que fomos colocados aqui para amar e receber amor e, finalmente, para
compartilhar Deus que é o próprio Amor para sempre. Ele revela que a vida, com
todos os seus altos e baixos é boa, porque a última página da história é a
glória eterna. Ele revela que o homem tem um valor que parece ser infinito, pois
Deus considerou valer a penas morrer por nós.
E aqui podemos resumir todo o ensinamento moral católico,
que é simplesmente este: Deus colocou a humanidade em um trono insondável da
dignidade - não se atreva a tentar tirá-lo.
Na juventude dos debates sobre o aborto, pró-abortistas argumentavam que um feto não era uma vida. A ciência demonstrou
como esse argumento é ridículo. Assim, a direção do debate mudou de "não é
uma vida" para "não nós importa o que realmente é. Nós podemos fazer
o que queremos. "
Esta é a "lógica" que borbulha do pântano da
impiedade.
Nesta cultura de morte em que vivemos, quando alguém não
valoriza a sua própria vida, por que deveríamos esperar que eles valorizassem a
vida de um feto?
O aborto não vai se tornar ilegal enquanto não se torne impensável.
E isso não vai se tornar impensável até as pessoas a redescobrirem a realidade
de que Deus nos ama, de que nos mostrou que somos tão valiosos que valeu a pena
morrer por nós, que nos convida a glória, e que, como resultado, podemos saber
que a vida é boa... Muito boa!
Como sempre, a bala de ouro é Jesus Cristo.
É por isso que o pregador Martin Luther King Jr. não passou pelo prédio do Congresso da nossa
nação como um político qualquer, mas um pregador da Palavra de Deus.
Na luta pela vida, eu me juntei a centenas de milhares de
pessoas - na maioria jovens - na Marcha anual pela Vida no mês passado. Eu tive
a honra de falar com 15.000 deles antes do início da Marcha (a presença deles
foi amplamente ignorada pelos meios de comunicação, como têm acontecido todos
os anos. Mas isso não é grande coisa. Pois o mundo vai ficar chocado quando de
repente perceber que somos uma nação pró-VIDA novamente e ninguém viu essa mudança
acontecendo).
Os jovens estavam lá radiantes com um olhar tão cheio de
vida, que era realmente impressionante. Quase todos eles foram lá com grupos da
igreja. Eles sabiam, assim como Martin Luther King, que o Evangelho constitui a
base de uma cultura de vida, e eles não tinham medo de compartilhá-lo.
É por isso que estamos honrados em compartilhar dois vídeos
com você este mês: o primeiro oferece respostas sólidas para o debate sobre o
aborto, “Stand up for the little ones” (do inglês, Levante-se para os pequeninos).
Compartilhe!
O segundo explica o que realmente significa a separação
entre Igreja e Estado, e porque nunca devemos deixar de trazer a nossa fé à
política, e aonde mais for necessário.
Deus te abençoe.
CHRIS STEFANICK – ww.reallifecatholic.com
Tradução e adaptação: JAE - Juventude Amor Esperança