Stabat Mater Dolorosa é considerado um dos sete maiores hinos latinos de todos os tempos. Baseia-se na profecia de Simeão "uma espada de dor lhe transpassará a alma" (Lc 2,35). O hino originado no século 13, em pleno auge da devoção franciscana a Jesus crucificado tem sido atribuído ao Papa Inocêncio III (d. 1216), a São Boaventura, ou, mais comumente, a Jacopone da Todi (1230-1306), que é considerado por muitos como o verdadeiro autor.
O hino é freqüentemente associada com as estações da Via Sacra. Em 1727 ele foi prescrito como uma sequência para a missa das Sete Dores de Maria (15 de Setembro), em que é usado ainda hoje. Além dessa missa, o hino também é usado para o Escritório das Leituras, Laudes, Vésperas e para este memorial. Há uma imagem de espelho para este hino, Stabat Mater speciosa, que ecoa a alegria da bem-aventurada Virgem Maria no nascimento de Jesus.
Fonte: preces-latinae.org
Tradução: Padre Ricardo Dias Neto (Fonte: http://stabatmater.info )
1 Stabat Mater dolorosa iuxta crucem lacrimosa dum pendebat Filius
Em pé, a Mãe dolorosa, chorando junto à cruz da qual pendia seu Filho.
De pé, a mãe dolorosa junto da cruz, lacrimosa, via o filho que pendia
2 Cuius animam gementem contristatam et dolentem pertransivit gladius
Cuja alma gemente, entristecida e dolorida por causa da espada que atravessava
Na sua alma agoniada enterrou-se a dura espada de uma antiga profecia
3 O quam tristis et afflicta fuit illa benedicta Mater Unigeniti
Oh, quanto triste a tão aflita ela estava, a mãe bendita do Unigenito
Oh! Quão triste e quão aflita entre todas, Mãe bendita, que só tinha aquele Filho
4 Quae moerebat et dolebat et tremebat cum videbat nati poenas inclyti
Quae moerebat et dolebat Pia Mater dum videbat nati poenas inclyti
Como suspirava e gemia [e tremia] Mãe Piedosa, ao ver os sofrimentos de seu divino Filho
Quanta angústia não sentia, Mãe piedosa quando via as penas do Filho seu!
5 Quis est homo qui non fleret Matri Christi si videret in tanto supplicio?
Quem homem não choraria se visse a Mãe de Cristo em tamanho suplício?
Quem não chora vendo isso: contemplando a Mãe de Cristo num suplício tão enorme?
6 Quis non posset contristari Matrem Christi contemplari dolentum cum filio?
Quem não se entristeceria ao contemplar a Mãe de Cristo, condoída com seu filho?
Quem haverá que resista se a Mãe assim se contrista padecendo com seu Filho?
7 Pro peccatis suae gentis vidit Iesum in tormentis et flagellis subditum
Pelos pecados de seu povo, viu Jesus em tormentos e submetido aos flagelos.
Por culpa de sua gente Vira Jesus inocente Ao flagelo submetido
8 Vidit suum dulcem natum moriendo desolatum dum emisit spiritum
Viu seu doce nascido [filho] morrendo abandonado quando entregou seu espírito
Vê agora o seu amado pelo Pai abandonado, entregando seu espírito
9 Eia Mater, fons amoris, me sentire vim doloris fac ut tecum lugeam
Eia, mãe, fonte de amor, faz-me sentir tanto as dores que eu possa chorar contigo.
Faze, ó Mãe, fonte de amor que eu sinta o espinho da dor para contigo chorar
10 Fac ut ardeat cor meum in amando Christum Deum ut sibi complaceam
Faz que arda meu coração de amor por Cristo Deus, para se compadecer
Faze arder meu coração do Cristo Deus na paixão para que o possa agradar
11 Sancta Mater, istud agas crucifixi fige plagas cordi meo valide
Santa Mãe, faze isto: que as chagas do crucificado sejam fortemente impressas em meu coração
Ó Santa Mãe dá-me isto, trazer as chagas de Cristo gravadas no coração.
12 Tui nati vulnerati tam dignati pro me pati poenas mecum divide
As feridas de teu filho, que por mim padeceu as penas, divide comigo.
Do teu filho que por mim entrega-se a morte assim, divide as penas comigo.
13 Fac me vere tecum flere crucifixo condolere donec ego vixero
Fac me tecum pie flere crucifixo condolere donec ego vixero
Faz-me contigo[piedosamente] verdadeiramente chorar, sofrer com o crucificado enquanto eu viver.
Oh! Dá-me enquanto viver com Cristo compadecer chorando sempre contigo.
14 Iuxta crucem tecum stare te libenter sociare in planctu desidero
Iuxta crucem tecum stare et me tibi sociare in planctu desidero
Quero estar contigo junto à cruz e, de boa vontade quero me associar ao teu pranto.
Junto à cruz eu quero estar quero o meu pranto juntar Às lágrimas que derramas
15 Virgo virginum praeclara mihi iam non sis amara fac me tecum plangere
Virgem das virgens preclara, não sejas amarga comigo, faz-me contigo chorar.
Virgem, que às virgens aclara, não sejas comigo avara dá-me contigo chorar.
16 Fac ut portem Christi mortem passionis eius sortem et plagas recolere
Fac ut portem Christi mortem passionis fac consortem et plagas recolere
Faz que eu traga a morte de Cristo, que eu participe de sua paixão e que venere suas chagas.
Traga em mim do Cristo a morte, da Paixão seja consorte, suas chagas celebrando.
17 Fac me plagis vulnerari cruce hac inebriari ob amorem filii
Fac me plagis vulnerari fac me cruce inebriari et cruore filii
Faz me ferido pelas chagas, pela cruz embriagado de amor pelo teu Filho.
Por elas seja eu rasgado, pela cruz inebriado, pelo sangue de teu Filho!
18 Inflammatus et accensus, per te, Virgo, sim defensus in die iudicii
Flammis ne urar succensus, per te, Virgo, sim defensus in die iudicii
Flammis orci ne succendar, per te, Virgo, fac, defendar in die iudicii
Inflamado e abrasado, que eu seja defendido por ti ó Virgem, no dia do Juízo.
No Julgamento consegue que às chamas não seja entregue quem por ti é defendido
19 Fac me cruce custodiri morte Christi praemuniri confoveri gratia
Christe cum sit hinc (iam) exire da per matrem me venire ad palmam vicoriae
Faz-me ser guardado pela cruz, fortalecido pela morte de Cristo e confortado pela graça.
Quando do mundo eu partir daí-me ó Cristo conseguir, por vossa Mãe a vitória
20 Quando corpus morietur fac ut animae donetur paradisi gloria. Amen
Quando meu corpo morrer, faz que minha alma alcance a glória do paraiso. Amén
Quando meu corpo morrer possa a alma merecer do Reino Celeste a glória. Amén.