Valentine’s day
Os americanos costumam comemorar no Dia de São Valentim o Dia do Namorados, conhecido como ‘Valentine’s day’, mas segundo a biografia desse santo não podemos associá-lo como o intercessor dos casais apaixonados.
Ao olhar para as origens das tradições românticas do Dia de São Valentim, você pode esperar encontrar algum gesto ou palavra que ligue o mártir aos apelos que promovem o amor conjugal. Talvez você espere ler que, antes de sua morte, ele fez o sinal de um coração que hoje está associado ao dia. Lamento desapontá-lo, pois, nenhuma conexão existe neste sentido.
Na verdade, sabe-se muito pouco sobre São Valentim. Existem duas ou três fontes sobre isso. A Martiologia Católica mantém a execução de dois servos de Deus, chamados Valentius. Um padre e um outro bispo, em meados do século III ambos foram entregues nas mão do imperador romano.
Mais tarde, os dois santos, pela tradição da Igreja, são lembrados como São Valentim, comemorados no dia 14 de fevereiro. Mas pouco se sabe deles.
O bispo que nós recordamos como São Valentim acredita-se estar enterrado onde, hoje, é a Basílica de São Valentim em Terni- Itália – cidade na qual se acredita que ele tenha nascido.
Segundo o site do Santuário, a evidência arqueológica indica claramente que restos mortais cristãos foram enterrados nesse local que parece ser do bispo a quem lembramos como São Valentim e os outros cristãos.
Para ver as origens das celebrações do Dia de São Valentim, relacionadas com o amor, temos que deixar Roma e o segundo século. A história nos conduz ao século XIV, na Inglaterra, durante o reinado do Rei Henrique II e a um poeta de língua inglesa chamado Geoffrey Chaucer. Um católico famoso por conta das viagens de peregrinos a Jerusalém narrados nos seus contos de Canterbury.
Estudiosos da Idade Média listam sua poesia como o início da celebração do amor, da corte e do casamento em conexão com São Valentim. Na verdade, Jack B. Oruch em um artigo no “Speculum”, Jornal da Academia Medieval da América, afirma que não há nenhum argumento convincente de que nem mesmo um poema de Valentim, precedido pelos coetâneos de Chaucer, consequentemente tenha influenciado os deste [Chaucer].
A tradição que parece começar com os poemas de Chaucer no mundo de língua inglesa, aparentemente se espalhou pela França e continua até nossos dias. No final do século 20 é creditada à indústria americana de cartões de saudação a continuação da promoção das celebrações que vemos hoje.
A Enciclopédia Católica narra que a conexão com “namorados” está enraizada no comportamento dos pássaros descrito no poema “Parliament of Foules” de Chaucer . Neste poema ele descreve como os pássaros escolhem seus parceiros na primavera e relaciona isso ao amor humano.
Segundo a Wikipedia, que coloca as palavras de Chaucer em conexão com um outro São Valentim, bispo mártir de Génova, que morreu por sua fé no início do século IV, sua festa é 2 de maio, próximo do tempo em que as aves surgem para escolher um parceiro, diferentemente da data de 14 de fevereiro, que é de aproximadamente um mês antes do fim do inverno no Hemisfério Norte.
14 de fevereiro já não é o dia reservado para São Valentim desde o Concílio Vaticano II. Hoje, é o dia em que celebramos os grandes irmãos e santos missionários da Europa Oriental. Cirilo e Metódio.
Como católicos lembramos Dia de São Valentim como a celebração do amor citado por Geoffrey Chaucer, que nos conduz ao sacramento e à vocação do matrimônio, enquanto que Jesus nos ensina, em Marcos, que o casal que deixa o pai e a mãe se torna uma só carne.
Embora os santos Valentin não sejam fontes de conexão para a moderna celebração do romance, do amor e casamento, estou certo de que no céu eles estão felizes por terem seus nomes associados com o poderoso sacramento do serviço, chamado matrimônio, o qual é o fundamento da sociedade, não só católica como também da sociedade civil.
Por Roberto J. Carr (Missionário da Canção Nova nos Estados Unidos)
Fonte: cancaonova.com